Com dívidas e sem dinheiro, Tubarão tem presença na Serie D em xeque. Presidente do Azulino condiciona ida ao Brasileiro após análise dos débitos. Desânimo toma conta após eliminação: "Não temos um planejamento ainda para a Série D".
Batista Filho acompanha derrota do Parnahyba para River-PI, resultado que ocasionou eliminação do Azulino no estadual (Foto: Josiel Martins) |
A eliminação em casa no Campeonato Piauiense
atingiu em cheio ao Parnahyba. A derrota por 1 a 0 para o River-PI no jogo da
volta da semifinal do returno decretou a saída do Azulino do estadual. De
consolo, o Tubarão está na Série D do Campeonato Brasileiro neste ano –
assumindo a segunda vaga do estado no nacional, recém-incluída pela CBF.
Contudo, o presidente do clube, Batista Filho, não cravou a ida do time à
quarta divisão. Acumulando dívidas durante os cinco meses de disputa do
estadual, somando a pré-temporada, o clube passará por um pente fino nas
contas. Sem dinheiro no caixa, a Série D (que começa no dia 11 de junho), antes
um sonho para o Tubarão, não é tão certeza assim.
Por telefone, a voz do dirigente entregou o clima
de desânimo pós-eliminação do estadual. Ele ressaltou algo que o técnico Paulo
Moroni falou na entrevista coletiva no Pedro Alelaf, quando se queixou da
decisão do TJD-PI que absolveu Altos por usar um jogador suspenso com três
amarelos. A decisão mudou o semifinalista do Parnahyba.
- Não temos um planejamento ainda para a Série D.
Nossa prioridade nesse momento é resolver toda a nossa questão financeira,
pagar os jogadores e comissão técnica. Vamos agora fazer um levantamento de
todo o nosso débito. Não vamos jogar a Série D sem ter recursos. Existe a
possibilidade total de não jogarmos – explicou Batista Filho, em tom triste. Em
seguida, completou:
Infelizmente não posso colocar um Parnahyba só para disputar a Série D, isso iria manchar a história centenária do clube, passaria vergonha. (...) Existe a possibilidade total de não jogarmos" Batista Filho, presidente do Parnahyba.
A folha salarial do Parnahyba com elenco e comissão
técnica atingiu cifras de R$ 70 mil no estadual. Com outras despesas de
viagens, alimentação e hospedagem, por exemplo, os gastos do clube giravam em
torno de R$ 90 mil/mensais. O dinheiro que entrava no clube ficava 80% abaixo
desse valor: R$ 30 mil da Prefeitura de Parnaíba, através de um convênio
municipal, e R$ 20 mil reunindo todos os patrocinadores e empresários que
ajudam o time. Esse número, segundo Batista, é pequeno para jogar uma Série D.
Parnahyba é eliminado em casa (Foto: Josiel Martins) |
O presidente antecipou que não irá viver no fio da
navalha na Série D, pela própria experiência no Campeonato Piauiense, por isso
há possibilidade do clube dizer não para a vaga da quarta divisão do futebol
brasileiro.
As contas do time serão apresentadas ao conselho
deliberativo do Parnahyba até o fim desta semana. Em seguida, o dirigente
informou que vai entrar em período sabático para poder refletir sobre a
situação do clube.
- Infelizmente não posso colocar um Parnahyba só
para disputar a Série D, isso iria manchar a história centenária do clube,
passaria vergonha. Se vamos, então tem que ser um clube competitivo. Vou
descansar uma semana e vamos ver isso, ir atrás de um patrocinador. Por isso,
não podemos falar agora de jogadores ou treinador. Temos que nos arrumar –
ressaltou.
Por Josiel Martins/G1 Teresina
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